31.5.07

FORMAS DE SE MATAR I - Relativamente Grande

Tudo começou com um “porque meu deus, por quê?”. Foi assim que Dorival Godoy iniciou o último dia de sua vida. Levantou deprimido de sua cama e foi para o banheiro cagar. Pegou a revista Cláudia que estava na pia e começou a ler. Algumas matérias o fizeram lembrar do tempo em que era aceito como vendedor de x-carnissas. Fez duas bolinhas de merda, se limpou, exagerando na quantidade de papel higiênico, já que sabia que esse seria o último dia de sua vida.
Exagerou na quantidade de café em pó e no bolo que havia comprado alguns dias antes. Passou muita manteiga no pão e tomou o vinho que havia guardado para um momento especial. Exagerou. Pois esse seria o último dia de sua vida.
Estava determinado a acabar com seu sofrimento. Começou a procurar um jeito eficaz de se matar. Olhou para a faca de manteiga. Não. Olhou para o “mata-baratas” em cima do armário. Ná! Olhou para um vídeo no youtube, intitulado “Pentamerdão”. Bah!. Olhou, finalmente, em um blog onde pessoas morriam tropeçando em buracos.
Não deu outra, Dorival caminhou até seu depósito e pegou uma pá. Cavou em seu jardim, um buraco relativamente grande. Olhou para o buraco e o buraco olhou para Dorival. Distanciou-se cerca de dez metros do buraco e saiu correndo em sua direção. O que ocorreu foi uma cena patética, de um homem tentando se matar tropeçando em um buraco relativamente grande. Isso não acontece na vida real.
Dorival levantou frustrado. Voltou para o depósito para procurar algum outro tipo de arma. Achou um foguete relativamente grande que havia guardado para soltar no ano novo. Como esse era o último dia de sua vida, não hesitou em usá-lo.
Foi até o jardim com uma caixa de fósforos na mão. Atochou o foguete relativamente grande em seu ânus e acendeu o pavio. Dorival explodiu.

29.5.07

LOSER JAWS

Ele saiu de casa. Sem avisar nem seu pai nem sua mãe. Sentia-se um perdedor, sabia que sua vida não valia mais a pena. Lembrava do cheiro de esgoto que sua casa exalava, a comida feita para porcos que sua mão cozinhava (principalmente o quiabo com fígado), seu pai dizendo que era hora dele largar aquela franja emo, seu cachorro que o acordava lambendo o seu saco (ele até gostava da sensação, mas não podia aceitar que o único ser disposto a fazer esse ato fosse seu cachorro) e sua empregada que sempre jogava suas camisinhas e posters de filmes de terror fora, alegando ser coisas demoníacas.
Ele caminhou desnorteadamente para um vale qualquer, tentando achar o mar. Algo em seu corpo o movia em direção ao litoral. Suas pernas se locomoviam rapidamente para aquele antro de água salgada.
Ele era um perdedor. Ele sabia. Por onde passava, as pessoas o reconheciam, zombavam de sua cara, apontavam para aquele pobre ser “aaaaaaahahah loser!!”. Conseguiria ele conseguir continuar conseguindo viver com o fardo da derrota?
Aproximava-se cada vez mais do tão esperado chão com areia fofa. Ansiava pela chegada ao seu novo lar. Mesmo longe do interior, as pessoas ainda apontavam para sua cara de infeliz “ahhhh perdeu troooooxa”.
Ele pouco ligou. Continuou sua jornada, de cabeça baixa, sim, mas com a determinação de um herói. Já estava bem próximo de seu objetivo, ou melhor, estava lá! Conseguia ver o mar que brilhava a sua frente. As ondas pertinentemente batiam perto de seus pés.
Joelson finalmente adentrou no mar e exclamou “a partir de hoje serei um pirata”. E entrou no mar, agora de cabeça erguida.
Um tubarão que ali passeava confundiu Joelson com uma foca suculenta, abocanhou seu pênis de uma maneira voraz. Joelson saiu do mar correndo. Sangrando na região peniana.
A praia inteira zombou de Joelson, que nunca mais desejou ser um pirata. Contentou-se com a trilogia de Piratas do Caribe.

28.5.07

MORAIS NONSENSE V - Deus e o Erro

E lá estava ele. O todo poderoso. O onipresente. O onisciente. O onipotente. Deus. Sentado, rodeado de dez virgens, quando seu mensageiro, Hermes, chega eufórico. “Senhor Deus todo poderoso, onipresente, onisciente e onipotente, chego-lhe para vos comunicar...” Deus o intromete, “Eu já sei de tudo Hermes. Sou onisciente”.
Hermes faz cara de fidalgo (?) e permanece boquiaberto. Deus continua “a Terra foi destruída, eu sei. Pouco me importa, eu já estava cansado de toda aquela balela de aquecimento global e ... e... como se diz? Ah! Derretimento das calotas oculares.” Hermes engole seco “Senhor... você quis dizer ‘calotas polares’ presumo eu”.
Deus olha para os lados, envergonhado. O que poderia ter ocorrido com a sua perfeição? Essa era a 21498279872° vez que alguém o corrigia só nesse bilênio. “Vou sair para dar uma caminhada” disse Deus aos seus servos. Mesmo ele sendo onipresente, estando ele assim em todos os lugares, ele podia sair por ai e andar. Poucos entendem essa lógica, mas para não causar pânico generalizado, vamos imaginá-lo como um velho barbudo super foda e bombado materializado em um corpo que pode se locomover normalmente.
E assim partiu Deus para sua última caminhada solitária sobre as nuvens fofas de algum lugar (que não eram da Terra). Deus refletia sobre tudo no universo. Distraído com seus pensamentos, não viu o buraco que existia na nuvem. Não chegou a tropeçar, apenas caiu e nunca mais apareceu para dar “oi”.
O universo entrou em colapso, se transformando em um enorme buraco de “nada”.

Moral: "Aquele que tem, ele só, a imortalidade e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver; ao qual seja honra, poder sempiterno. Amem." Timóteo 6:16 (hummm...)

24.5.07

MORAIS NONSENSE IV - O Sol e a Terra

Nicanor acordou às seis e meia da manhã para ver o nascer do Sol. Sempre adorou ver o Sol nascer, pois o lembrava de sua porquinha da índia que teve na sua infância. Sentou na cadeira de sua sacada e observou o sol aparecendo no horizonte, sua sacada ficava virada exatamente para o leste, era perfeito.
O que Nicanor e todo o resto da humanidade perceberam de muito estranho, foi que o Sol estava se movendo com extrema velocidade, do horizonte para o topo do céu, como se fosse meio dia.
Na verdade não era o Sol que se movia e sim a Terra que havia saído de sua órbita por motivos estritamente secretos (que não serão revelados nesse texto para não causar pânico generalizado) e agora se movia em direção ao infinito.
Pelo incrível que pareça, depois de viajar cinco anos luz sem se chocar com nenhum astro no espaço e depois de seus habitantes terem se adaptado ao clima extremamente frio e noite constante, a Terra não viu o buraco negro que se aproximava, tropeçou e caiu com a África voltada para o cu do buraco.

Moral: Why are we here? What's life all about?Is God really real, or is there some doubt?Well, tonight, we're going to sort it all out,For, tonight, it's 'The Meaning of Life'.What's the point of all this hoax?Is it the chicken and the egg time? Are we just yolks?Or, perhaps, we're just one of God's little jokes.Well, ça c'est 'The Meaning of Life'.Is life just a game where we make up the rulesWhile we're searching for something to say,Or are we just simply spiraling coilsOf self-replicating DN-- nay, nay, nay, nay, nay, nay, nay.
What is life? What is our fate?Is there a Heaven and Hell? Do we reincarnate?Is mankind evolving, or is it too late?Well, tonight, here's 'The Meaning of Life'.For millions, this 'life' is a sad vale of tears,Sitting 'round with really nothing to sayWhile the scientists say we're just simply spiraling coilsOf self-replicating DN-- nay, nay, nay, nay, nay, nay, nay.So, just why-- why are we here,And just what-- what-- what-- what do we fear?Well, ce soir, for a change, it will all be made clear,For this is 'The Meaning of Life'. C'est le sens de la vie.This is 'The Meaning of Life'.

23.5.07

MORAIS NONSENSE III - O Trabalhador e o Asfalto


Todas as grandes histórias começam com um nome. Essa começa com Bulevar Bonifácio. Funcionário público desde os 18 anos de idade (hoje ele tem 20). Exímio empregado. Trabalhava nos arquivos da prefeitura e desde os seus 20 anos de idade foi promovido a diretor da operação “tapa buracos” em sua cidade. A operação teve início devido a diversas reclamações da sociedade sobre as irregularidades no asfalto que estavam causando acidentes inesperados.
Bonifácio tinha a garra suficiente para reverter essa situação. Saiu de seu escritório serelepe e saltitante (hum...), dirigindo-se ao buraco mais próximo. Porém, antes de chegar ao buraco mais próximo, não percebeu que aquele não era na verdade o buraco mais próximo, ou seja, não viu o buraco realmente mais próximo, tropeçou, caiu de cabeça, se recompôs, arrumou a camisa, limpou a orelha, olhou envergonhado para os lados e continuou andando, dessa vez, cabisbaixo para notar qualquer irregularidade capaz de assassiná-lo.
Continuou caminhando quando uma voz o chama a atenção “olha o croquete quentinho!”. Bonifácio, que não comia nada desde seus 20 anos (ele tinha feito aniversário naquela manhã) olhou para trás e continuou caminhando em direção ao enorme abismo a sua frente. Caiu, foi rolando ladeira abaixo, bateu a cabeça, bateu a coluna, bateu a cabeça de novo, um galho atochou no seu cu (nessa hora Bonifácio notou que na ponta do galho já havia um pouco de merda, cogitou a possibilidade de alguém já ter atochado o cu naquele exato lugar), rolou, bateu a cabeça, quebrou a clavícula, fraturou a bacia, quebrou o dedinho do pé, bateu a cabeça e encontrou o chão, onde bateu a cabeça.
Há vinte anos atrás, quando Bonifácio nasceu, sua sábia avó já havia dito “é peludo que nem o Tarzan!” (mesmo o Tarzan não sendo peludo) . Além de peludo, Bonifácio era forte e vigoroso como o Tarzan, sua resistência causava inveja ao Popeye.
Sendo assim, Bonifácio levantou-se, desatochou o galho em seu ânus e olhou o abismo a sua volta percebendo que se encontrava dentro de uma cratera vulcânica. Obviamente o vulcão entrou em erupção e Bonifácio foi reduzido às cinzas. Nunca soube que havia ganhado na Mega-Sena e que se continuasse vivendo iria se viciar em cola.


Moral: "Foda-se a prefeitura, o problema é divino"

21.5.07

MORAIS NONSENSE II - O Estudante e o Programa de TV

Anacleto sempre teve um sonho. Ser astronauta. Depois sempre teve outro sonho. Ser jogador de futebol. Mais crescidinho, sempre teve outro sonho. Comer a Danielle Winitz. Depois que percebeu que era muito novo sempre teve outro sonho. Conseguir beijar alguém. Incapaz de conquistar qualquer um desses sonhos, Anacleto se dedicou ao sonho que sempre teve. Participar do Soletrando no Caldeirão do Huck na Rede Globo de Radiodifusão, Jornalismo e Televisão.
Dedicou-se aos estudos para representar o seu Estado no programa, Santa Catarina, chegou às finais das eliminatórias em sua escola contra um sujeito chamado Joelson. Depois de quatro palavras sem errar, pediram para Anacleto soletrar a palavra “jumento”. Devido ao seu sotaque “catarina”, Anacleto soletrou a palavra da seguinte maneira “jumiento”.
Desclassificado, ele começou a cheirar cola. Um dia, enquanto fugia da polícia, Anacleto não viu o enorme buraco na rua, tropeçou, caiu de cabeça, se recompôs e continuou a correr. Mal ele viu que havia um abismo a sua frente. Caiu, foi rolando ladeira abaixo, bateu a cabeça, bateu a coluna, bateu a cabeça de novo, um galho atochou no seu cú, rolou, bateu a cabeça, quebrou a clavícula, fraturou a bacia, quebrou o dedinho do pé, bateu a cabeça e encontrou o chão, onde bateu os olhos.
Em estado vegetativo, a sociedade se comoveu e mandaram uma carta para o Luciano Huck dizendo que o sonho de Anacleto era participar do programa. A Globo também se comoveu e chamaram Anacleto para participar do quadro “Lata-Velha” onde diversos médicos e cirurgiões plásticos tentariam dar “um jeito” em Anacleto.
Mesmo ofendido, os pais do pobre garoto aceitaram o convite. Anacleto só seria “tunado” se os seus pais concordassem em interpretar uma cena da novela Malhação. Eles concordaram. Encenaram divinamente uma cena onde duas pessoas bebiam suco no Gigabyte e discutiam sobre AIDS.
No final do programa, depois de intermináveis merchandisings, revelaram Anacleto transformado. Botaram uma prótese de vinte centímetros em seu pênis, mudaram sua cor para azul, colocaram seios de trezentos miligramas de silicone, incluíram um mp3 player subcutâneo, um dvd player nas suas costas e arrancaram fora sua perna direita por motivos desconhecidos. O programa nunca foi ao ar e Anacleto nunca usou sua prótese, a não ser para mijar.

Moral: “A prefeitura REALMENTE deveria gastar uma verba maior para consertar as irregularidades no asfalto e na geografia do planeta Terra”

20.5.07

MORAIS NONSENSE I - Ex-padre e a Mega-sena

Rodolfo havia deixado de exercer a profissão de padre já fazia uns cinco anos. Foi processado de abuso de um menor, ao dizer que para o coitado pagar seus pecados deveria liberar o redondo para o ele.
Depois de muitos anos o processo foi arquivado e Rodolfo pôde tocar a vida como desejava. Sem muito dinheiro e sem família, acabou usando o único meio que veio a sua mente para escapar dessa realidade cruel. Começou a cheirar cola.
Em um belo e ensolarado dia, indo ao supermercado para comprar solvente, Rodolfo passou na frente de uma casa lotérica e se deparou com uma propaganda que reluziu diante dos seus olhos. “Mega-sena acumulada em 40 milhões de reais”. Resolveu apostar.
Na semana seguinte, Rodolfo descobriu que estava milionário. Saiu serelepe e saltitante de sua casa para buscar o prêmio. Pensou em como sua vida melhoraria com todo o dinheiro. Compraria um carro para conquistar uma mulher, compraria uma casa, compraria Viagra, compraria um videogame, compraria chocolate e compraria a felicidade que tanto ansiava.
No caminho Rodolfo foi assaltado. Levaram seu bilhete premiado. Desconcertado, correu em direção à delegacia mais próxima. Não viu o buraco, tropeçou, caiu de cabeça e morreu.

Moral: “A prefeitura deveria gastar uma verba maior para consertar as irregularidades no asfalto”

16.5.07

O HOMEM CARRAPATO - O fim de um carrapato EMO


Ao entra no banho, Peter notou que seus pentelhos no saco faziam uma franja EMO. Desesperado tentou de qualquer maneira arrancar aquele parasita de lá. Já não se importava mais se ia perder seus poderes e se Maria Joana ia continuar gostando de dele, um carrapato EMO podia fazer um estrago com a personalidade de Peter que talvez não tivesse volta. Depois de ver Homem-Aranha 3, Peter sabia o risco que estava correndo.
Não deu outra, Peter pegou a faca da cozinha e arrancou seu coco direito num golpe rápido. Por estar tremendo e ser desastrado, arrancou os dois cocos sem querer. O carrapato caiu no chão junto com os cocos.
Peter ficou com uma voz de menina paty que usa batom brilhante e vai pra balada tomar batida de coco.
Sem seus poderes, sem testosterona, sem vontade de viver e sem sinal no celular para ligar para Maria Joana, Peter caiu no anonimato. Foi rejeitado pelos seus amigos, sua namorada e sua Tia, que agora vendia roupas oficiais do Homem-Carrapato e faturava milhões.
O que se sucedeu foi que Peter largou a cidade desconhecida no interior de algum país não menos desconhecido que a faculdade, porém mais influente. A cidade seria conhecida se o curso da faculdade fosse influente em um país desconhecido no interior de alguém não mais comum que uma faculdade conhecida. Foi viver com os esquimós e aprendeu a fazer um iglu. Gostava daquele povo, pois devido ao frio, todos falavam fino e tinham pintos atrofiados.
Hoje, o Homem-Carrapato é apenas uma lembrança na mente de alguns. Agora, o povo daquele lugar anseia por um novo herói que possa surgir. Alguns têm esperança em um homem que perdeu um dedo e ficou conhecido como LULA. Alguns têm esperança na Hebe Camargo.

O HOMEM CARRAPATO - Batalha Fálica


Doc. Pinguelopus demonstrava sua mais nova invenção para algumas pessoas quando algo saiu errado. Os pinguelos gigantes se voltaram contra o Doutor e o ameaçaram dizendo que iam comer seu cú se o Doutor não fizesse tudo o que eles queriam. O Doutor, sem saber o que fazer, sucumbiu aos desejos de seus novos membros. Eles foram bem claros quanto aos seus desejos “queremos sair por aí fodendo tudo e todas que vemos pela frente”. Todos ouviram o pedido macabro e ficaram horrorizados, Peter Parkinson não hesitou, saiu do aposento e vestiu sua roupa de Homem-Carrapato. Quando havia retornado, Doutor Pinguelopus estava fodendo quatro pessoas ao mesmo tempo, uma idosa, uma vendedora de cachorro quente, uma empregada gorda e crente e um aparelho de celular Nokia. Peter avança sobre o Doutor com um salto digno de um carrapato e abocanha um de seus pinguelos (o que fodia a idosa). O Doutor dá um urro de dor e pula para fora do prédio tentando escapar.
Agora, no meio da rua, os dois travam uma batalha surpreendente e fálica. Peter luta contra os quatro pinguelos gigantes, abocanha aqui, solta veneno desvairadamente, tenta ofender o doutor “broxa!”, mas nada parece impedir o vilão Pinguelopus.
Exausto, Peter vai embora para casa, atrás de uma idéia para detê-lo.
Conversa com Tia Maia que tem uma brilhante idéia. Para concretizar essa idéia, precisaria da ajuda de Maria Joana e de Peter, óbvio.
Enquanto isso, Doc. Pinguelopus andava pelas ruas daquela cidade desconhecida fodendo tudo que via pela frente, prédios, bueiros, carros e é claro, mulheres gostosas. A onda de morte era gigantesca, pois nenhuma mulher agüentava o tamanho daqueles pinguelos bestiais.
Jornais publicavam notícias de capa “Onde está o Homem-Carrapato quando precisamos dele?”, “Carrapato de merda, traga seu testículo pra cá!” e “Homem-Carrapato tem pinguelo pequeno e está desmotivado?”.
Depois de quatro dias de penetração continua, finalmente o caos de Doutor Pinguelopus chegaria ao seu fim. Peter encontrou o vilão em frente a um sexy shop, “parado aí seu cara de papel machê!”, o Doutor se vira “Eu sou indestrutível Homem-Bola-Direita-Com-Um-Carrapato-Em-Escala!”. Nesse momento, Peter saca a grande invenção de sua Tia Maia, quatro camisinhas gigantes apertadas lubrificadas sabor morango (o sabor morango foi algo que Tia Maia alegou ter feito sem querer, mas que daria mais prazer a suas vítimas). Peter avança sobre os pinguelos gigantes e graças a sua extrema agilidade, em poucos segundos consegue encapar todos os pinguelos com as camisinhas ultra-apertadas. Peter lembrava das aulas que teve no ensino fundamental de como colocar uma camisinha. O único problema é que ele aprendeu isso com uma banana e não com um pinguelo monstruosamente gigante. Enfim, Peter conseguiu adaptar a técnica muito bem e tudo deu certo. Continuemos.
“Hahaha! Você acha que isso poderá me deter Homem-Bola-Direita-Com-Um-Carrapato-Em-Escala? Com essas camisinhas gigantes terei mais proteção, assim ficarei invencível!”
Um assobio chama a atenção de Doutor Pinguelopus, seu olhar se volta para uma linda e inocente moça com cabelos vermelho molho de tomate em cima de um carro. Ela começa a tirar a roupa, demonstrando seu corpo escultural e se masturba na frente de todos. Peter fica louco de ciúmes, mas é necessário para o bem de todos.
Doutor Pinguelos também fica louco, mas louco de tesão, tem uma ejaculação precoce, que graças às camisinhas bem apertadas, fazem com que seus pinguelos explodam em um orgasmo transcendente a qualquer sentimento já conhecido. Junto com os pinguelos, o Doutor também acaba sucumbindo a morte, sufocado pelo monte de porra que cobriram o seu corpo incapacitando-o de respirar.
Mais um dever cumprido. Mais uma vez o dia foi salvo pelo Homem-Carrato. E todos viveram felizes para sempre, se não fosse a descoberta que Peter teve nos dias que se seguiram, que seu carrapato parasita estava se tornando EMO! (tãn tãn!)!

11.5.07

O HOMEM CARRAPATO - Vida pós transformação


O que se sucedeu foi uma série de acontecimentos que mudariam a vida de Peter Parkinson para sempre. Com o intuito de avançar essa bela história, não irei detalhar todo o processo que o transformaria no famoso Homem-Carrapato.
Depois daquele inusitado dia no laboratório, Peter descobriu que possuía poderes de um carrapato. Pulava alturas extraordinárias, sugava sangue dos bandidos, sua saliva era tóxica e anti-coagulante e por ser um artrópodes seus membros eram articulados e rígidos. Por isso Peter tinha uma ereção constante, como se tivesse tomado cinco viagras todos os dias. Porém seu pênis, depois da transformação, atrofiou alguns centímetros. Fazer o que, “Deus tira de uns lugares para colocar nos outros”, como já dizia algum sábio por aí.
Criou uma roupa ultra-flexível, com mangas e pernas na cor azul e torso (ou céfalo-tórax) na cor vermelha molho de tomate em homenagem a sua amada Maria Joana. No centro do peito, havia o desenho (muito malfeito por sinal, que não dava nenhuma credibilidade ao nosso herói) de um carrapato agarrado a um testículo 20 vezes maior do que o aracnídeo. Mal dava para ver o carrapato, na verdade era um testículo gigante com um ponto preto quase imperceptível. Por isso algumas pessoas chamavam o destemido Homem-Carrapato de Homem-Bolas, Testículo-Boy e Homem-Bola-Direita-Com-Um-Carrapato-Em-Escala.
Quem havia feito a roupa para Peter, era sua tia fascista viciada por fast-food (daí as cores azul e vermelho, uma homenagem ao semi-país Estados Unidos) a Tia Maia. Além de odiar negros, judeus, vendedores de cachorro quente, cachorros com uma pata só e livros de auto-ajuda, Tia Maia era uma sadomasoquista e masoquista inrustida. Sua casa era rodeada de objetos fálicos, lustres em formatos cilíndricos, xícaras de chá com desenhos de bunda, rosquinhas por toda a casa, e assim vai. Graças a essa tara louca, Peter foi recompensado com seu uniforme de Herói. Homem-Coquinho.
Durante um ano, Peter foi extremamente bem sucedido em combater o crime em sua cidade não tão conhecida antes, mas agora pela sua fama e faculdade no interior da influência que ali existia, se tornou conhecida.
Todos amavam a figura do Homem-Carrapato, mas nunca descobriram sua verdadeira identidade. Peter quase fora descoberto, em um caso isolado, quando estava em um posto de gasolina para comprar lubrificante anal e um garoto percebeu sua ereção constante e gritou “Homem-Bola-Direita-Com-Um-Carrapato-Em-Escala!”. Peter escondeu a cara e saiu correndo. Então Tia Maia criou um compartimento na roupa de Peter para que seu pênis ficasse alojado e imperceptível. Além de Tia Mais, a única pessoa que sabia sua identidade era Maria Joana, que se encontrava noiva de Peter. Ela se sentia muito bem perto daquele Nerd fortão, pois poderia ser comida quantas vezes fosse necessário que seu pinguelo articulado e rígido nunca se cansava. Era o sonho de Maria desde pequena, quando pediu para o Papai Noel um baseado em formato fálico que nunca acabasse. Foi mandada para a FEBEM e... bom essa já é outra história.
Peter mantinha uma relação muito íntima com seu parasita, conversava com ele, dava carinho, afeto e sangue.

Certo dia Peter foi convidado, sendo ele um excelente estudante com excelentes notas em uma faculdade não tão excelente mas com banheiro excelentemente limpos, para comparecer a uma demonstração da nova experiência do Doutor Pinguelopus. O Doutor havia desenvolvido uma roupa que podia ser anexada ao seu corpo. Dela, saiam quatro pinguelos gigantes, dois abaixo do braço esquerdo e dois abaixo do braço direito. Eles não serviam para muita coisa, mas as mulheres adoravam.

9.5.07

O HOMEM CARRAPATO - O Surgimento de um Herói


Peter Parkinson era um jovem diferente da maioria. Com seus 18 anos, estudava feito um louco em sua faculdade, onde cursava (o curso) Biologia Aracnídea. O curso foi inaugurado em 2003 por um pesquisador dessa classe do filo dos artrópodes, em alguma cidade desconhecida no interior de algum país não menos desconhecido que a faculdade, porém mais influente. A cidade seria conhecida se o curso fosse influente em um país desconhecido no interior de alguém não mais comum que uma faculdade conhecida.
Em seu 156° dia de aula, Peter foi com sua turma para um laboratório que estudava seres anelídeos e répteis, causando um conflito na cabeça dos estudantes que não entendiam o porquê da visita.
Peter pouco se importava, estava gamado em sua colega de sala (a qual ele nunca tinha dirigido uma única palavra), a inocente de cabelos vermelho molho de tomate, Maria Joana.
Maria Joana, ao completar 18 anos no ano passado, tentou frustrantemente mudar seu nome para Cannabis Sativa. O caso foi parar no congresso nacional de um país não menos desconhecido que a faculdade e acabou não dando em nada. Ela usou a papelada do processo para bolar um super baseado que fumou com suas amigas lésbicas.
O jovem nerd tentava se aproximar do amor de sua vida enquanto um instrutor mostrava diversas minhocas sendo comidas por sapos e crocodilos filhotes. Ao chegar a menos de 5 metros de sua deusa, Peter teve uma ereção tão grande que o fez lembrar de todas as vezes que se masturbou pensando em Maria Joana. Preferiu então se afastar para não causar nenhum alvoroço. Com um movimento brusco para trás, esbarrou em um pilar que sustentava o teto. Claro que o pilar não se mexeu, mas um ser tão minúsculo e aparentemente inofensivo que se encontrava no topo do pilar, caiu em cima dos ombros de Peter. Pelo seu tamanho e massa desprezível, Peter não sentiu o pequeno ser que ali repousava no momento.
Mal ele sabia que aquele pequeno aracnídeo dióico, no qual o corpo era dividido entre cabeça, cefalotórax e abdômen, da classe Acarina, havia acabado de sair de uma outra história bizarra, não menos importante que a faculdade desconhecida. Nessa história paralela, o carrapato havia passado por uma série de experiências genéticas que modificariam toda a sua cadeia alimentar, além de dar incríveis poderes para suas possíveis vítimas.
Como é de conhecimento geral, o carrapato é um ectoparasita hematófago, um parasita que pode ser temporário, ecto-parasita (seja lá o que isso signifique) ou permanente, que ficam toda sua vida adulta em seu hospedeiro.
Por sorte ou azar de Peter, esse era um do tipo permanente.
O carrapato desceu por todo o corpo de seu futuro hospedeiro, sem que o mesmo percebesse e finalmente encontrou um local perfeito para sua hospedaria. Quente, úmido, peludo e fofinho. O aracnídeo encontro nas bolas de Peter o local ideal para viver e transmitir todo o poder que reservava.
Abocanhou aquele saco peludo bem no interior desconhecido de alguém que fazia uma faculdade conhecida em uma cidade influente. Peter.
A sensação que correu pelo corpo do nosso herói foi indescritível, porém tentarei expressa-la aqui: o formigamento começou no saco, uma sensação de alegria terminou no saco e uma vontade de foder tudo pela frente se espalhou pelo seu corpo.
Peter se conteve. Por enquanto. (Tãn Tãn!)

7.5.07

O GRAMADO - PARTE FINAL


Ela corre em direção ao pequeno gato em cima do parapeito da sacada. Tarde demais. Bibuzo se joga e solta um grunhido estranho, que para os ouvidos atentos foi algo como “iuuuuuuuhuiiii”.
Raquel atolada naquele monte de merda que havia na sacada, cai de joelhos e chora. Rola na merda e berra “Porque?? Porque??”. Nesse momento em que rola no estrume, diversos pedaços (de estrume) entram pelos orifícios de seu corpo.
A convulsão domina o corpo de Raquel que treme no chão. Pára de tremer por um momento. Se caga toda e continua a tremer. O vômito acompanha uma enxurrada de merda que sai de seu cú, agora relativamente pequeno e apertado, se dilatada em um movimento brusco, a dor é imensa e o cheiro é tenebroso.
Depois de seis horas se debatendo no chão, o corpo daquela frágil mulher sucumbe aos pedidos da Senhora Morte. Raquel está morta. Bibuzo também. Morreu tragicamente depois de comprar papel higiênico no supermercado. Não descobriu o mistério por trás daquela fita k7 com sons estranhos. Morreu como uma perdedora. Alguém que realmente não merecia viver.
Mas alguém, do outro lado do mundo, que também havia ouvido uma cópia da fita k7, naquele exato momento descobriu todo o mistério que circulava essa lenda urbana.
Toshio entrou correndo na casa fétida e escura. “Nakimusha! Eu descobri! Finalmente poderemos nos curar dessa maldição.” Nakimusha estava pasmo. Sua caganeira havia sido tão violenta nos últimos dias, que não restava mais nem um pingo de água no seu corpo. Toshio estava quase na mesma situação.
“Toshio, explique-me como curar-nos-ei, explique-me ó sábio e iluminado Toshio-san”. Toshio olhou para Nakimusha duvidoso “Porque tá falando desse jeito? Acho que toda essa merda não te fez bem Naki. Bom, contarei o que descobri”.
Nakimusha se levantou “Antes preciso ir ao banheiro se me dá licença.”, “Que banheiro o que!!? Caga ai mesmo! Essa casa ta toda esmerdiada”. Nakimusha abaixa as calças “É verdade, perdoe-me ó sábio Toshio-san”. Solta um monte extraordinário de merda no meio da sala. Toshio nem se incomoda mais. “Prossiga”.
“Bem, é uma longa história. Tudo começou quando um casal de gays adotou um ornitorrinco, causando assim a fúria dos habitantes da região. Furiosos, numa linda noite iluminada de verão, o vilarejo roubou o pobre animal das mãos do casal. Levaram o bicho até um estúdio de rádio chamado ‘O Gramado’ e forçaram o ornitorrinco a entrar numa fita k7.”
Nakimusha olha com desrespeito a Toshio “Como assim? Colocar um animal numa fita k7? Isso não faz sentido Toshio!”.
“Faz sim! Por isso que a fita tem todos aqueles sons estranhos, é o ornitorrinco pedindo socorro.”
“Ta mas, o que tem haver toda essa caganeira que agente ta tendo?”
“Isso é porque o pobre animal via o casal de viados fazendo sexo, era uma começão de cú sem fim, a casa ficava toda cheia de merda. Isso mexeu com a cabeça da criatura, sendo assim sua maldição!”
“Que história tosca Toshio, mas enfim, como fazemos para todo esse sofrimento acabar?”
“Tudo foi uma obra muito bem articulada. O grande foco que devemos ter é no estúdio que o animal foi levado, o tal de ‘O Gramado’. É aí que está toda a chave da cura. Mas o mais interessante eu ainda não contei, o fato mais surpreendente e impressionante, que nos renderá milhões com essa história fenomenal, que sairá em todos os jornais, o motivo crucial disso tudo estar acontecendo e ser algo tão complexo e fenomenalmente inters...”
Nesse momento Toshio foi morto sem saber o que havia ocorrido. Na verdade toda a raça humana foi destruída por um imenso meteoro formado de merda de um ser não identificado. O meteoro se colidiu com o planeta Terra que virou pó.
A única pessoal que teve tempo de ter uma reação foi Nakimusha. Que ao perceber que nunca saberia o que Toshio tinha para falar, soltou um peidinho de nada que o fez borrar a cueca.

.FIM

6.5.07

O GRAMADO - PARTE IV


Chegou ao supermercado, extremamente apreensiva. Já conseguia sentir o urubu apontando dentro de sua calça. O peixe kibe ou aquele peixe japonês que bóia, o Torosso. Não estava tão confiante em relação às suas cinco calcinhas, por isso dispensou a passada pelos produtos de beleza e pela tabacaria, rumou direto para a área de higiene. Tentou pegar o máximo de papel higiênico que conseguia, mas não suficiente. Pensou que devia ter pegado um carrinho, mas se ela voltasse para pegar um, talvez o urubu fosse voar de suas calças. Pegou dois sacos com oito rolos cada um e dois pacotes de frauda.
Caminhava desengonçadamente pelos corredores. As pessoas viravam os olhos para aquela mulher, que agora suava frio, tinha uma cara apreensiva, ofegava e carregava apenas materiais de limpeza anal.
Passava por todos os caixas e nenhum estava vazio. Depois do oitavo caixa, achou um com apenas um indivíduo passando o cartão.
Aliviada, soltou um peidinho aparentemente inofensivo, mas com o passar dos segundos, Raquel notou a verdadeira pasta que se formava entre sua bunda e suas cinco calcinhas. Mensurou a possibilidade de sair correndo com os produtos na mão sem pagar ou aguardar o caixa.
Ela aguardaria. Jamais tinha cometido nenhum delito. E desde quando cagar na calça era um delito? Talvez um pouco vergonhoso (extremamente vergonhoso para uma mulher daquela idade), mas uma questão de sobrevivência no seu caso.
Olhou ao redor para ver se conhecia alguém. Felizmente nenhum conhecido. Então se concentrou no caixa, que iria passar o cartão.
Nesse momento, o homem que estava pagando as contas intromete o caixa “Peraí amigo! Quanto deu mesmo? Cento e cinco? Eu só posso gastar cem. Tira o laxante e a bolacha Tostines.”. O caixa olha com desprezo “Sim senhor, tenho que chamar ajuda, pois a senha para subtrair uma compra não é de meu conhecimento, aguarde só um momento” e aciona um interruptor que faz uma lâmpada acima do caixa acender.
Raquel nessa hora se desespera, olha para os lados em busca de um caixa vazios. Nenhum. Para piorar a situação, repara que o caixa e o homem começam a farejar o ar com cara de repulsa, viram-se para ela “Algum problema com a senhora?” diz o caixa.
Agora chegou o grande momento da vida de Raquel. Essa é a hora perfeita de esquecer todos os conceitos de etiqueta, de moral, de status, de como se apresentar numa sociedade e de como fazer churrasco sem carvão. Um momento decisivo na vida dessa criatura desamparada e com uma caganeira infernal que parece não se aproximar do fim.
Raquel estufa o peito, fecha os olhos por alguns segundos, olha para os dois homens com cara de nojo a sua frente e diz convicta “Estou com caganeira. Não consigo mais agüentar. Daqui alguns minutos se eu não for embora é possível que este supermercado se transforme em um monte de merda. Preciso da ajuda e colaboração de vocês, deixem-me passar. Se for o caso, eu pago seu laxante...” nesse momento, Raquel sente o poder dessa palavra e dessa vez nem chega a peidar, já caga tudo de uma vez. Parece um gato saindo de seu estômago. Um leão rugindo e procurando comida. O fedor domina o lugar de forma uniforme. Mais pessoas olham para ela nesse momento, enquanto gotas de merda liquefeita escorrem pela sua perna. “ ...se for o caso, eu pago o laxante e as bolachas Passatempo.” “Bolacha Tostines.” Saliente o caixa. “Bolacha Tostines!” diz Raquel segurando a respiração e os movimentos peristálticos do seu cú que parece dilatado, oferecendo caminho aberto para o mar de merda. Ela abre desesperadamente o pacote de papel higiênico e limpar sua perna. A expressão de nojo é geral.
“Vá, oh boa senhora! Enferma senhora! Livre-nos desse mau cheiro insuportável.” Diz o caixa para Raquel que permanece boquiaberta sem entender direito suas palavras, ele continua “dê o fora daqui sua porca vadia! Cagona do caralho! Vaza com esse papel higiênico todo! Espero que você apodreça sua unha encravada!”.
Raquel chora aos prantos, sai correndo do supermercado. Gotículas de merda espirram a medida que Raquel corre. Uma das gotículas cai em cima de um sorvete de passas ao rum que um garoto segurava. O garoto achando que era uma passa, abocanha aquele suculento pedaço.
Rachel corre até sua casa. “Merda!” diz ela para o nada ao chegar à porta de sua casa. Ao entrar, seu olhar se volta para a sacada, agora num estado deplorável e lotada de bosta felina em todos os cantos. Vê Bibuzo em cima do parapeito, prestes a se jogar.

5.5.07

O GRAMADO - PARTE III


Raquel começa a se limpar, depois leva seu gato até o tanque de lavar roupas e usa sabão de coco para tirar o cheiro de carniça do gato. O gato solta um grunhido reclamando do sabão usado. Ela sabia que ele preferia DOVE versão esfoliante, que contém 1/4 de hidratante e minúsculas partículas azuis que ajudam a renovar a pele. Mas Raquel optou pelo sabão de coco quadrado e duro.
Nessa hora, várias coisas passaram por sua mente. Viu sua vida a ser resumida em um monte de merda, seu amigos com cara de bunda e sua família toda cagada. Precisava arranjar um jeito de eliminar o efeito dos sete rolos, mas sabia que destruir a fita não seria o suficiente.
Sem muito que faze, Raquel continua seus afazeres domésticos. Lava a louça, bota comida para os passarinhos e começa a lavar o banheiro, lugar no qual ela se imaginaria nas próximas horas.
É interrompida pelo som da fita, que volta a tocar em algum lugar da casa. Larga os panos e os produtos de limpeza e sai correndo em direção a sua sala de estar. Quando chega ao aposento, se depara com seu maior pesadelo. O seu gato persa tinha dado “play” na fita, talvez por sua curiosidade para com aparelhos eletrônicos obsoletos. “Bibuzo! Nãããão!!!”. Mas já era tarde demais. Alem de revelar o infeliz nome que dera ao seu gato, a campainha toca. O peido seguido de um jato de merda liquefeita e morna foi iminente. Raquel chacoalha a barra da calça e suas meias de tons suspeitos se tornam marrons. Ela caminha até o interfone e atende “Eu já sei, eu já sei! Sete rolos!”, uma voz obscura e sinistra responde “Não! Para o seu gato será somente alguns metros quadrados de gramado. Gato não limpa a bunda.”. Ela percebe nessa hora que teria que limpar, além da própria merda, todo o barro nojento de Bibuzo.
Desesperada, ela pega a máquina digital no fundo da gaveta, tira uma foto sua e do seu gato. Ao ver a foto no pequeno monitor, tem mais uma surpresa infeliz. Ambos estavam com cara de cú. Raquel só podia concluir a partir desta constatação que o poder maldito da fita k7 havia evoluído e agora estava mais perigoso.
O tempo era curto, o papel higiênico também. Precisava ir urgentemente ao supermercado para comprar papel e fraudas descartável, de preferência da Turma da Mônica, porque Raquel adorava o comercial que passava no intervalo do Planeta Xuxa.
Mas como ir ao supermercado com toda essa caganeira? Provavelmente passaria por algum momento constrangedor, se cagaria toda na frente das pessoas e o cheiro as fariam olhar para Raquel.
Ela precisava fazer as compras, isso era certo.
Trancou Bibuzo na sacada, ligou a secretária eletrônica, fechou as janelas (deixando apenas uma pequena fresta para sair aquele cheiro perturbador), comeu uma barra de cereal com chocolate (ela duvidava que aquilo tivesse um efeito laxativo, diante do estado que se encontrava), raspou os pelos do sovaco, deu uma passada rápida em todos os canais que adquirira comprando o novo pacote de tevê a cabo SKY + DirectTv (pacote com 999 canais), estava passando Duro de Matar 3, mas ela pensou que era melhor sair logo dali. Finalmente vestiu cinco calcinhas grossas, imaginando que aquilo apararia os jatos de merda que estavam por vir, e saiu de casa infeliz, porém serelepe.

3.5.07

O GRAMADO - PARTE II


Ainda um pouco tonta, Raquel acorda rodeada de pessoas. “Ela acordou!”. Percebe que sua roupa foi trocada e seus cabelos estão molhados, “demos um banho em você, seu corpo estava cheirando passas ao rum” diz um homem aparentemente jovem. Raquel levanta e nota que esse era um dos jovens que estava com cara de bunda na foto, mas agora sua cara parecia normal. “Posso falar com você um instante? Vi suas fotos com a Ana, e estou curiosa sobre certos assuntos”. Os dois se afastam do resto e iniciam um diálogo. “Naquela viagem, você notou algo de diferente com a Ana? Vocês fizeram algo de diferente?”. O jovem parece intimidado, toca os seio de Raquel, “Ana naqueles dias estava muito esquisita, ficava sempre no banheiro e dava uns urros estranhos. No começo achei que estava usando cocaína, mas depois de algum tempo percebi que o brigadeiro havia feito mal a ela. Sua mala estava cheia de fraldas e papel higiênico, sete rolos para ser mais exato...” nesse momento desloca a mão para a cintura de Raquel, “foi então que eu pedi uma explicação, ela nos mostrou uma fita k7, onde barulhos estranhos estavam gravados nela”. Raquel apalpa a bunda do jovem e percebe uma saliência, como uma fralda. “Depois de ouvirmos a fita, a campainha tocou, o mais engraçado é que no lugar que estávamos não havia campainha, mesmo assim atendemos o interfone e uma voz igual a de um cabrito judeu disse as palavras SETE ROLOS”.
Essas informações bastavam para Raquel entender tudo o que se passava aqui. Sendo ela uma repórter influente, sabia da existência da fita que causava diarréia e desidratação nas pessoas, uma maldição que jamais fora explicada e que aterrorizava jovens curiosos de todo o mundo.
O jovem estendeu a mão para Raquel “aqui está a fita, se você quiser ouvir”. Intimidada pegou a fita e colocou dentro do decote.
No caminho para casa, Raquel refletiu sobre suas crenças. Sendo ela uma atéia cética e burra, não tinha com o que se preocupar. Sabia que essas histórias eram todas invenções de algum jardineiro com cara de fuinha. Provavelmente eles colocaram maconha no brigadeiro e todos deliraram pensando que estavam sendo ameaçados por uma força maior. A caganeira foi iminente.
Ao chegar ao seu apartamento, Raquel colocou a fita para tocar. Excitada com os barulhos bizarros, saca seu vibrador e fez sexo com seu gato persa de cor branca. Ao final da fita, sua campainha tocou. Raquel sente um frio na espinha, mas atende ao interfone “Que.. quem... é?”, “boa noite, aqui é o porteiro...” nesse momento Raquel se sente aliviada, solta um peidinho que afugenta o gato para longe, “... um vulto negro passou aqui e deixou um recado para a senhora, aqui diz SETE ROLOS”. Raquel estremece, bate o interfone com força, sente o estômago pesar, corre para o banheiro, mas já era tarde de mais. Caga em cima do gato persa, agora marrom. O cheiro e o mistério infestam a casa.
Sete rolos, sete rolos...

2.5.07

O GRAMADO - PARTE I




Ana e Livi estavam entediadas em cima da cama. Os cotonetes haviam acabado e suas orelhas ainda estavam sujas. "Isso é tudo culpa dessa música estúpida que você trouxe pra gente ouvir” dizia Ana para os CDs do Bach que Livi havia trazido.
Indignada com os comentários de sua amiga, Livi tira uma fita k7 da mochila. “Esse não é um CD, mas é um k7”. Ana não entende o trocadilho, faz cara de bosta e solta um peido estufado. As duas se entreolham e dão risadinhas irritantes, ainda bem que não havia mais ninguém na casa.
“O que é isso Livi? Um Mini-VHS?” pergunta Ana com cara de anta. “Não sua puta retardada, isso é um modo obsoleto de se ouvir música. Você coloca em um toca fitas e dá um play, mas isso não é música, é algo bem mais interessante.”
Livi coloca no toca fitas e dá o play, o que se sucede são sons bizarros que parecem uma gorda tentando soltar um barro no banheiro, com gemidos de dois macacos africanos transando em um coqueiro belga.
“Dizem que quem ouve essa fita, tem caganeira por sete dias seguidos” diz Livi arregalando os olhos para Ana. “Ai! Não brinca com essas coisas.” Ana pára a fita. “Imagina se eu ficasse com essa caganeira e o Juninho não olhas...” Nesse momento Ana é interrompida com o barulho da campainha.
Livi olha assustada para Ana “fazem sete dias que eu ouvi essa fita, por isso estou com a bunda maior... estou usando fraudas! Quando eu acabei de ouvir a fita aquele dia, minha campainha também tocou”.
Ana se levanta assustada e caminha até o interfone “alo?” uma voz parecida com um bezerro no cio responde “sete rolos”.


O GRAMADO



Uma semana depois, em algum lugar por aí.
Raquel entra na casa de sua irmã para o velório de sua sobrinha Ana. O cheiro de podridão no ar é desconcertante. “O que aconteceu aqui por Deus do céu!?” diz Raquel em voz alta. Um desconhecido que comia uma coxinha estragada, (e que só descobriria isso daqui a algumas horas no banheiro de algum hotel), respondeu “Ana morreu de caganeira, o andar de cima da casa é só bosta, ninguém quer limpar. Pobre Ana, morreu com o cú todo assado, o legista achou que ela era uma vagabunda de terceira”.
Raquel segura a respiração e caminha até a sua irmã “eu posso tentar limpar?”. Sua irmã solta um sorriso amarelo “se você conseguir, eu devolvo sua coleção da Moranguinho”. Raquel inicia a subida pela escada quando sua irmã a agarra pelo braço “maninha, veja se consegue descobrir alguma coisa está bem?”. Ela afirma com a cabeça e começa a subir.
O cheiro causa náuseas, Rachel cambaleia pelos degraus. Chega finalmente a um mar de bosta. As paredes, o chão, os móveis, tudo atolado de merda. Se Willy Wonka visse este cenário, talvez pensasse em chocolate.
Raquel entra no quarto de Ana, começa a se acostumar com o cheiro do ar, senta na cama da menina morta e começa a folhear álbuns de fotografias. As primeiras fotos revelam ela e sua amiga Livi, na cama, juntas tirando cera do ouvido uma da outra. As fotos que se seguem revelam uma viajem que Ana fez com alguns amigos. O que perturba Raquel nesse momento é o bizarro fato de que Ana e seus amigos, em todas as fotos, estão com cara de bunda. Com cara de bunda.
Raquel arremessa o álbum na parede, ele gruda na merda, ela se levanta “Não pode ser!!” ela treme e chora incessantemente. Caminha de costas para a porta, quando escorrega em três cocozinhos em forma de bolinha, cai de boca no estrume e desmaia.