26.6.08

PROFISSÕES II - Funcionário Público

Em um determinado momento de sua vida, Hugo não sabia mais o que fazer da sua vida. Virou funcionário público. Fazia parte de uma operação (que já durava anos) de tapar os buracos na rua com asfalto de má qualidade. Anos atrás, a prefeitura percebeu que milhões de pessoas morriam devido aos buracos na rua. O fenômeno ficou conhecido como “Fenômenos percebido pela prefeitura em que milhões de pessoas morrem devido aos buracos na rua”. Hugo entrou com tudo no projeto.
O primeiro buraco tapado por ele, entrou para a história do município em que morava. Era um buraco límpido, escamoso e capcioso, assemelhava-se muito a um ornitorrinco sem pelos e sem bico.
Hugo tremia diante do espetáculo a sua frente. Ele percebeu que tapar buracos era seu sonho, sua sina e sua profissão. Pegou a máquina para tapar o buraco, tapou o buraco e o buraco ficou tapado. Aquilo era como uma poesia que entrava em Hugo, sua pele estremeceu, ele soltou um leve peidinho de emoção, olhou para os lados, ninguém percebeu, soltou outro e voltou para casa realizado.
Dois meses depois o buraco estava destapado. Seu chefe o chamou para conversar, Hugo estremeceu e tentou soltar um peidinho, mas acabou se borrando.
Seu chefe disse que deveria voltar lá e tapar o buraco de uma vez por todas. Nosso humilde funcionário público voltou e tapou o buraco pela segunda vez, mas o buraco sempre voltava a aparecer.
Hugo voltou e pegou a máquina para tapar o buraco, tapou o buraco e o buraco ficou tapado. Mas depois de algum tempo, lá estava a porra do buraco de novo.
Hugo voltou e pegou a máquina para tapar o buraco, tapou o buraco e o buraco ficou tapado. Mas depois de algum tempo, lá estava a porra do buraco de novo.
Hugo voltou e pegou a máquina para tapar o buraco, tapou o buraco e o buraco ficou tapado. Mas depois de algum tempo, lá estava a porra do buraco de novo.
Hugo voltou e pegou a máquina para tapar o buraco, tapou o buraco e o buraco ficou tapado. Mas depois de algum tempo, lá estava a porra do buraco de novo.
Hugo voltou e pegou a máquina para tapar o buraco, tapou o buraco e o buraco ficou tapado. Mas depois de algum tempo, lá estava a porra do buraco de novo.
Hugo voltou e pegou a máquina para tapar o buraco, tapou o buraco e o buraco ficou tapado. Mas depois de algum tempo, lá estava a porra do buraco de novo.
Hugo voltou e pegou a máquina para tapar o buraco, tapou o buraco e o buraco ficou tapado. Mas depois de algum tempo, lá estava a porra do buraco de novo.
Hugo voltou e pegou a máquina para tapar o buraco, tapou o buraco e o buraco ficou tapado. Mas depois de algum tempo, lá estava a porra do buraco de novo.
Hugo voltou e pegou a máquina para tapar o buraco, tapou o buraco e o buraco ficou tapado. Mas depois de algum tempo, lá estava a porra do buraco de novo.
Hugo voltou e pegou a máquina para tapar o buraco, tapou o buraco e o buraco ficou tapado. Mas depois de algum tempo, lá estava a porra do buraco de novo.
Hugo voltou e pegou a máquina para tapar o buraco, tapou o buraco e o buraco ficou tapado. Mas depois de algum tempo, lá estava a porra do buraco de novo.
Hugo voltou e pegou a máquina para tapar o buraco, tapou o buraco e o buraco ficou tapado. Mas depois de algum tempo, lá estava a porra do buraco de novo.
Hugo voltou e pegou a máquina para tapar o buraco, tapou o buraco e o buraco ficou tapado. Mas depois de algum tempo, lá estava a porra do buraco de novo.
Hugo voltou e pegou a máquina para tapar o buraco, tapou o buraco e o buraco ficou tapado. Mas depois de algum tempo, lá estava a porra do buraco de novo.
Hugo voltou e pegou a máquina para tapar o buraco, tapou o buraco e o buraco ficou tapado. Mas depois de algum tempo, lá estava a porra do buraco de novo.
Hugo voltou e pegou a máquina para tapar o buraco, tapou o buraco e o buraco ficou tapado. Mas depois de algum tempo, lá estava a porra do buraco de novo.
Hugo voltou e pegou a máquina para tapar o buraco, tapou o buraco e o buraco ficou tapado. Mas depois de algum tempo, lá estava a porra do buraco de novo.
O prefeito tomou uma decisão drástica. Mandou amputar a cidade do buraco pra baixo. Uma bomba foi lançada no local determinado, Hugo encontrava-se tapando o buraco e não sobreviveu ao choque.
O que ninguém percebeu foi que a bomba gerou um buraco ainda maior do que já estava lá. Contrataram um tal de Bugo para tapá-lo.

24.6.08

PROFISSÕES I.I - Medicina

Vic tentava prestar atenção no que estava anotando, mas as palavras do paciente ecoavam em sua cabeça (favor acrescentar um eco e um slow motion na frase a seguir) "Enfiei uma calcinha no cu...no cu... no cu..." .
O mundo a sua volta girava, a mesa girava, as camas giravam, seu pinguelo dentro da calça girava, o pião girava, o paciente dançava... OPA! Vic se deu conta, finalmente, de que seu anti-séptico bucal era forte demais, estava deixando-o alcoolizado durante as manhãs. Vic era um cara sagaz.
Bom, voltando. O paciente respondeu "A calcinha tinha uma estampa de oncinha doutor, 80% algodão, 10% lycra e 10% buraco". "Hummmm..." retrucou o doutor "...selvagem essa calcinha". O paciente desatochava do cu a calça encharcada de sangue, o cheiro poderia ser representado por uma mistura de alcachofras fritas na manteiga com leite coalhado e uma pitada de gorgonzola fresca. "Foi a coisa mais idiota que eu já fiz na vida doutor, não sei porque, mas eu enfiei uma calcinha no cu".
Victorsonson analisava a situação. Pensou em examinar o pobre indivíduo, mas seria nojento demais. Pensou "enfiar minha mão onde uma calcinha de onça foi enfiada... hummm melhor não". Dirigiu-se até sua prateleira e examinou seus livros tijolísticos, um por um. Abriu em uma determinada página e encontrou uma revistinha da turma da Mônica... MAGALI, sua personagem favorita. Lembrou de sua infância e soltou um riso nostálgico. Lembrou do pão feito por sua avó, o capim no mato, o banheiro sujo... aqueles eram tempos bons.
Tomou uma decisão, iria atender este paciente e este seria o seu último, se mudaria para o campo e viveria feliz para sempre. Virou para um cirurgião que passava pela sala e disse firmemente, pensando que sua decisão era sábia demais para um ser humano comum "Mande amputar esse senhor da cintura para baixo".
E saiu, jogou o jaleco na incineradora do PA (que se juntou a diversos salgadinhos suculentos), jogou o estetoscópio no lixo reciclável e caminhou para a saída do hospital. Chegou na porta e viu todo aquele mundo que o esperava, era belo e esperançoso. Se achou um idiota, se arrependeu e voltou, adorava sua profissão.

20.6.08

PROFISSÕES I.0 - Medicina

“Tudo que morre, um dia volta.”
- Adolescente número 56 na contagem de morte de Jason Voorhees.

Eu não poderia retornar ao meu lindo e querido blog de maneira melhor. A primeira série deste retorno trata do principal motivo que me fez afastar do blog. PROFISSÕES.

Consegui empregos e minha criatividade foi sugada de modo desumano pelos profissionais que me empregaram.

Não que eu esteja desempregado agora, mas estou vagabundiando.

Vamos lá... me desejem sorte.



E como eu já dizia, todas as grandes histórias da humanidade (menos a bíblia) começam (bem que a bíblia não é uma grande história) com um (ta, ela é grande em número de páginas) nome (bem que as editoras têm lançado bíblia versão pocket, e minimizam a grandeza da história) e o nome dessa vez (péra aí, já volto) (voltei) é Victorsonson.

Vic, como era chamado pelos amigos, trabalhava em um pronto atendimento em um bairro pobre de sua cidade. Seu horário de trabalho era das 2 horas da manhã até as 17 horas. Sim, sim... Vic era um trabalhador esforçado, mas como se formou especializado em “pirotécnica psicodélica capciosa”, era muito requisitado por toda a cidade.

No dia fatídico e filgalgístico 22 de agosto do ano 33665844 no calendário Panguístico (já que azucrinei a bíblia no início, não vou pagar pau pro ano cristão), Vic recebeu uma carta (caralho! Quantos parênteses... mas são necessários. Vic recebeu uma carta pois o PA era muito antigo e sem a estrutura necessária, as pessoas não tinham BIP, Celular, fax, telefone, etc... Então, as chamadas de emergência eram enviadas pelo correio para o próprio PA. QUE DOIDO ISSO, né?) dizendo que uma pessoa há três dias atrás precisava ser socorrida imediatamente. Ela se encontrava na sala de ortopedia/necrotério (sim, o PA em que Vic trabalhava era pequeno e sem recursos. Só para vocês terem uma noção, o forno da cantina também era o incinerador do lixo hospitalar. QUE DOIDO ISSO, né?).

Vic correu feito uma abóbora no asfalto e em menos de 3 segundos estava no ponto de ônibus. Percebeu que não era ali a sala de ortopedia e correu feito uma pessoa normal para o local correto.

Chegando lá se deparou com um senhor de 35 anos, em pé, com a calça cheia de um líquido vermelho/bordô que Vic julgou imediatamente como sendo uma mistura de groselha com corante alimentício.

Indicou ao paciente para que se sentasse e o pobre senhor respondeu que não podia. “Ah mas é óbvio, o senhor se melecaria todo com essa mistura esquisita.” O paciente olhou para o doutor “Doutor, eu enfiei uma calcinha no cu!”.

Vic não acreditava naquilo. Teve um momento de iluminação e disse “Isso na sua calça é sangue!”. O doutor se sentiu bem, mostrou ser um ser inteligente e com capacidade de associar as idéias.

O paciente retrucou “DOUTOR! EU ENFIEI UMA CALCINHA NO CU!”.

“Ah, mas esse paciente fala alto de mais!” pensou Victorsonson. Olhou calmamente para o paciente, que agora exalava um cheiro fétido, retirou a prancheta para iniciar suas anotações e disse “De que cor era a calcinha?”.

Continua...