21.9.07

VÍCIOS II - Cheiradora

Anacleta era viciada em cheirar. Cheirar a própria merda.
Sempre depois que obrava, levantava a bunda do vaso sanitário e dava uma olhadinha para seu feito e, consequentemente, aspirava com vontade aquele ar fétido que exalava da privada.
Anacleta as vezes defecava em um jornal, para poder sentir melhor o aroma da merda. Cheirava durante horas e, muitas vezes, esquecia de suas responsabilidades.
Perdeu empregos, namorados, contato com familiares e até o seu cachorro devido ao seu vício. Este último possui uma história especial. Anacleta via seu cachorro cheirando a própria merda, mas sempre negava cheirar a da dona. Devido à inveja, Anacleta se desfez do pobre animalzinho.
Por conselho dos amigos, ela se internou em uma clínica psiquiátrica, e depois de dois longos anos de tratamento, hoje Anacleta se considera curada.
Deixou de gostar de cheirar apenas a própria merda e se contenta em cheirar a de qualquer um. Conseguiu um emprego no tratamento de esgoto da cidade, onde pode cheirar bosta o dia inteiro e faz bicos de desentupidora de privada.
Anacleta é o exemplo de que podemos, com muita força de vontade, conciliar o vício com algo útil em nosso dia a dia. Transformou sua fraqueza em força, seu defeito em qualidade, seu nariz em cheirador de bosta, seu vício em trabalho e seu cachorro em sabão.

3 comentários:

Daniel Teixe disse...

Bom, essa é a primeira vez que vejo um vício virar uma virtude. (Que eu me lembre...)

haha

Unknown disse...

Que imaginação maluco!

kaluber disse...

Sendo assim, como eu gosto do cheiro de gasolina, acho que vou tentar emprego na Petrobras.