24.6.08

PROFISSÕES I.I - Medicina

Vic tentava prestar atenção no que estava anotando, mas as palavras do paciente ecoavam em sua cabeça (favor acrescentar um eco e um slow motion na frase a seguir) "Enfiei uma calcinha no cu...no cu... no cu..." .
O mundo a sua volta girava, a mesa girava, as camas giravam, seu pinguelo dentro da calça girava, o pião girava, o paciente dançava... OPA! Vic se deu conta, finalmente, de que seu anti-séptico bucal era forte demais, estava deixando-o alcoolizado durante as manhãs. Vic era um cara sagaz.
Bom, voltando. O paciente respondeu "A calcinha tinha uma estampa de oncinha doutor, 80% algodão, 10% lycra e 10% buraco". "Hummmm..." retrucou o doutor "...selvagem essa calcinha". O paciente desatochava do cu a calça encharcada de sangue, o cheiro poderia ser representado por uma mistura de alcachofras fritas na manteiga com leite coalhado e uma pitada de gorgonzola fresca. "Foi a coisa mais idiota que eu já fiz na vida doutor, não sei porque, mas eu enfiei uma calcinha no cu".
Victorsonson analisava a situação. Pensou em examinar o pobre indivíduo, mas seria nojento demais. Pensou "enfiar minha mão onde uma calcinha de onça foi enfiada... hummm melhor não". Dirigiu-se até sua prateleira e examinou seus livros tijolísticos, um por um. Abriu em uma determinada página e encontrou uma revistinha da turma da Mônica... MAGALI, sua personagem favorita. Lembrou de sua infância e soltou um riso nostálgico. Lembrou do pão feito por sua avó, o capim no mato, o banheiro sujo... aqueles eram tempos bons.
Tomou uma decisão, iria atender este paciente e este seria o seu último, se mudaria para o campo e viveria feliz para sempre. Virou para um cirurgião que passava pela sala e disse firmemente, pensando que sua decisão era sábia demais para um ser humano comum "Mande amputar esse senhor da cintura para baixo".
E saiu, jogou o jaleco na incineradora do PA (que se juntou a diversos salgadinhos suculentos), jogou o estetoscópio no lixo reciclável e caminhou para a saída do hospital. Chegou na porta e viu todo aquele mundo que o esperava, era belo e esperançoso. Se achou um idiota, se arrependeu e voltou, adorava sua profissão.

2 comentários:

Daniel Teixe disse...

Ok. Este texto está razoável, porém muito aquém do seu potencial. :)

Daniel Teixe disse...
Este comentário foi removido pelo autor.